O que começou no início dos anos 90 como um projeto alternativo e ecológico
transformou-se, nas últimas duas décadas, em mania nacional. Os alemães são
fanáticos pela triagem do lixo, embora a reciclagem não seja ainda obrigatória.
Nos prédios com muitos apartamentos, há os espiões do lixo, que observam se os
vizinhos depositam o resíduo certo no tonel certo.
Além dos tonéis colocados nas ruas, cada um para uma cor diferente de garrafa
sem casco, como a de vinho ou champanhe (as de cerveja e refrigerante têm casco
e são devolvidas nos supermercados), e dos novos recipientes para têxteis, há
nas casas, em média, quatro tonéis de cores diferentes, que facilitam a triagem
do lixo.
O "botar o lixo fora" tornou-se algo complicado, que exige até uma certa
leitura, pois o tonel do lixo biológico, verde ou marrom (a cor varia de cidade
para cidade), é destinado a resíduos orgânicos, dos detritos do jardim às cascas
de frutas, mas apenas as que não foram tratadas com agrotóxicos.
O tonel azul é para papéis, o amarelo, para embalagens e plásticos, já o
cinza (ou preto) é para o "resto do lixo". Até 2015, quando entra em vigor a
obrigatoriedade da reciclagem, lei que já foi aprovada pelo parlamento, as
residências vão receber mais um tonel, o laranja, que deverá facilitar a
reciclagem de aparelhos pequenos, como celulares.
Na Europa, o lixo é visto cada vez mais como uma mina de ouro. No inicio dos
anos 90, eram principalmente as companhias de limpeza públicas municipais que
prestavam serviços no setor. Hoje, grandes empresas privadas, como a Alba, a
Aurubis, na Alemanha, a Boliden AB, da Suécia, ou a Umicore, da Bélgica, faturam
milhões com reciclagem. A Boliden AB teve, em 2011, um volume de negócios de
4,5 bilhões de euros, enquanto a Aurubis registrou um crescimento de 35%,
passando para 13,3 bilhões de euros.
"Os recicladores do lixo são os alquimistas dos tempos modernos", escreveu o
jornal "Financial Times Deutschland", que prevê para o setor do lixo um clima de
corrida ao ouro. Apesar do desenvolvimento da reciclagem, que atingiu um
percentual de 64%, há ainda produtos com matéria-prima valiosa que são
desperdiçados no "resto do lixo".
(Fonte: Agência "O Globo")
(Fonte: Agência "O Globo")
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