É a história do “faça o que eu digo, não o que eu faço”? O pesquisador Eric
Schwitzgebel, da Universidade da Califórnia (EUA), compilou
listas de livros de filosofia novos (como Ethics,
Efficiency and the Market, de Allen E. Buchanan; e Moral Combat,
de Heidi M. Hurd; ambos sem tradução para o português) e velhos (como Ética
a Nicômaco, de Aristóteles; e Crítica do Julgamento, de Kant);
alguns especificamente sobre ética, outros não. Então, foi
consultar o status de cada cópia das obras em 19 bibliotecas
universitárias do Reino Unido e outras 13 nos EUA. E
viu que os livros que falavam sobre ética, tanto os contemporâneos quanto os
clássicos, desapareciam com muito mais frequência do que os
outros. Os mais recentes, “relativamente obscuros, mais atraentes para
professores ou estudantes avançados de filosofia, eram 50% mais
propensos a nunca voltarem às prateleiras das bibliotecas do que livros
que não falam de ética”, diz o estudo. Já os grandes clássicos, pré-1900,
tinham duas vezes mais chances de desaparecer. O pesquisador
joga algumas hipóteses no ar, como a possibilidade de as obras
sobre ética levarem mais tempo para serem lidas, o que aumenta
as chances de o leitor perder o livro ou simplesmente “esquecer” de devolvê-lo;
ou, ainda, que a maioria das pessoas que lê sobre filosofia tenda a ser
mais rica e, portanto, não ligue tanto para o risco de ter que
pagar multas por não retornar a obra. Tomara que eles, pelo menos, aprendam
alguma coisa, né?
(Fonte: Superinteressante)
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