Segundo pesquisa, tal como na série, antigos povos viviam em diferentes regiões e competiam frequentemente por terras
A luta violenta pela sobrevivência e a disputa de poder entre reinos e clãs desiguais pode ter levado alguns povos antigos a desenvolver características faciais mais rapidamente que outros, revela um estudo publicado nesta quinta-feira.
Uma nova pesquisa feita com 17 crânios de uma coleção de vestígios de 430.000 anos, encontrada na base de um poço subterrâneo na Espanha, sugere que as mandíbulas grandes foram a primeira característica proeminente destes pré-neandertais.
As grandes mandíbulas podiam estraçalhar carne, abrir-se amplamente e ser usadas como ferramenta ou como uma terceira mão, auxiliando os hominídeos a adaptar suas necessidades alimentares a um ambiente rude e frio.
Segundo o estudo publicado na revista Science, o fato de seus crânios serem compactos, sugerindo um cérebro pequeno, indica que o desenvolvimento do cérebro maior, visto nos neandertais, ocorreu posteriormente no processo evolutivo.
O grupo é a maior descoberta conhecida de vestígios humanos remotos, e incluiu 28 indivíduos, dos quais 7.000 fragmentos ósseos foram escavados desde que o sítio de Sima de los Huesos, nas montanhas Atapuerca, foi descoberto, em 1984.
Eram jovens adultos quando morreram, o que levanta uma série de dúvidas que ainda precisam ser respondidas pela ciência: como morreram? Como chegaram ao seu local de descanso eterno, na base do poço?
Cientistas afirmam que eles podem ter sido atirados - em ato cerimonial ou não - dentro de um buraco por seus conquistadores.
Chefe das pesquisas, Juan-Luis Arsuaga, da Universidade Complutense de Madri, comparou a história destes homens primitivos à trama de "Game of Thrones", popular série de TV baseada nos romances de George R.R. Martin.
"Nós achamos que um cenário de 'Game of Thrones' provavelmente descreve a evolução dos hominídeos na Eurásia e na África, no período Pleistoceno Médio", declarou a jornalistas.
"Como na série famosa, nunca houve um reino europeu uniforme e unificado no Pleistoceno Médio, mas um número de 'casas', vivendo em diferentes regiões e competindo frequentemente por terras", acrescentou.
Alguns grupos tinham relações próximas, inclusive com membros da mesma extensa família, mas outros, não.
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