sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

"Sexto sentido" - Pássaros conseguem sentir a chegada de tempestades

Algumas aves demonstram ter um sexto sentido para antecipar a chegada de tempestades e fugir, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira.

Enquanto estudavam pequenas aves migratórias com dispositivos de geolocalização, os cientistas observaram que elas abandonaram uma zona para se reproduzir pouco depois de sua chegada e dois dias antes de uma forte tempestade em abril, que provocou pelo menos 84 tornados no Tennessee, onde 35 pessoas morreram.

As mariquitas d'asa amarela ("Vermivora chrysoptera") viajaram 1.500km em cinco dias para escapar desta tempestade, disseram os autores do estudo publicado na revista especializada Current Biology nos Estados Unidos.

"O mais curioso é que estes pássaros abandonaram o lugar muito antes da chegada das chuvas", estimou Henry Streby, um ecologista da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

"Quando os especialistas do canal meteorológico nos disseram que a tormenta se dirigia a nós, os pássaros se preparavam para sair da zona", explicou.

Mariquita d'asa amarela ("Vermivora chrysoptera")
Segundo os pesquisadores, as aves, ao contrário dos humanos, são capazes de escutar infrassons de baixíssima frequência que se propagam em longas distâncias e são gerados principalmente por perturbações meteorológicas severas.

"Os meteorologistas e físicos já sabiam que as tempestades que geram tornados produzem fortes emissões de infrassons, que viajam milhares de quilômetros e a frequências as quais estes pássaros são mais sensíveis", explicou o ecologista.

Os pesquisadores também mostraram que esta espécie, que segue as mesmas rotas migratórias todos os anos, pode também efetuar deslocamentos fora de seus períodos de migração quando necessário.

Este sexto sentido dos pássaros é uma boa notícia para sua sobrevivência em meio ao aquecimento climático, que conduzirá a um aumento da intensidade e frequência de tempestades e tornados, destacaram.

"Isso significa que, diante ao aquecimento climático, os pássaros deverão se adaptar melhor do que alguns previam", afirmou Streby.

Fonte: France Presse (http://www.afp.com/pt/noticia/passaros-conseguem-sentir-chegada-de-tempestades)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Stephen Hawking: Inteligência artificial pode destruir a humanidade

Stephen Hawking, um dos mais proeminentes cientistas do mundo, disse à BBC que os esforços para criar máquinas pensantes é uma ameaça à existência humana.

"O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana", afirmou.
Hawking fez a advertência ao responder uma pergunta sobre os avanços na tecnologia que ele próprio usa para se comunicar, a qual envolve uma forma básica de inteligência artificial.

O físico britânico, que sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa, está usando um novo sistema desenvolvido pela empresa Intel para se comunicar.

Especialistas da empresa britânica Swiftkey também participaram da criação do sistema. Sua tecnologia, já empregada como um aplicativo para teclados de smartphones, "aprende" a forma como Hawking pensa e sugere palavras que ele pode querer usar em seguida.

Hawking diz que as formas primitivas de inteligência artificial desenvolvidas até agora têm se mostrado muito úteis, mas ele teme eventuais consequências de se criar máquinas que sejam equivalentes ou superiores aos humanos.

Leia mais: Cientista quer converter ondas cerebrais de Hawking em palavras
"(Essas máquinas) avançariam por conta própria e se reprojetariam em ritmo sempre crescente", afirmou. "Os humanos, limitados pela evolução biológica lenta, não conseguiriam competir e seriam desbancados."

'No comando'

Nem todos os cientistas, porém, compartilham da visão negativa de Hawking sobre a inteligência artificial.

"Acredito que continuaremos no comando da tecnologia por um período razoável de tempo, e o potencial dela de resolver muitos dos problemas globais será concretizado", opinou o especialista em inteligência artificial Rollo Carpenter, criador do Cleverbot, cujo software aprende a imitar conversas humanas com crescente eficácia.

Carpenter disse que ainda estamos longe de ter o conhecimento de computação ou de algoritmos necessário para alcançar a inteligência artificial plena, mas acredita que isso acontecerá nas próximas décadas.

"Não podemos saber exatamente o que acontecerá se uma máquina superar nossa inteligência, então não sabemos se ela nos ajudará para sempre ou se nos jogará para escanteio e nos destruirá", disse Carpenter, que apesar disso vê o cenário como otimismo por acreditar que a inteligência artificial será uma força positiva.

Ao mesmo tempo, Hawking não está sozinho em seu temor.

No curto prazo, há preocupação quanto à eliminação de milhões de postos de trabalho por conta de máquinas capazes de realizar tarefas humanas; mas líderes de empresas de alta tecnologia, como Elon Musk, da fabricante de foguetes espaciais Space X, acreditam que, a longo prazo, a inteligência artificial se torne "nossa maior ameaça existencial".

Voz

Na entrevista à BBC, Hawking também alertou para os perigos da internet, citando o argumento usado por centros de inteligência britânicos de que a rede estaria se tornando "um centro de comando para terroristas".

Mas o cientista se disse entusiasta de todas as tecnologias de comunicação e espera conseguir escrever com mais rapidez usando o seu novo sistema.

Um aspecto tecnológico que não mudou no sistema é a voz robotizada que externaliza os pensamentos de Hawking. Mas o cientista diz que não faz questão de ter uma voz que soe natural.

"(A voz robótica) se tornou minha marca registrada, e não a trocaria por uma mais natural com sotaque britânico", disse. "Ouvi dizer que crianças que precisam de vozes computadorizadas querem uma igual à minha."

Fonte: BBC Brasil (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/12/141202_hawking_inteligencia_pai)

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Sonda da Nasa que hibernava acorda para começar missão rumo a Plutão

Sonda robótica New Horizons vai estudar Plutão e o Cinturão de Kuiper.
Observação científica do planeta anão começam em 15 de janeiro de 2015.

Depois de nove anos e uma jornada de 4,8 bilhões de km, a sonda robótica New Horizons, da Nasa, foi acordada da hibernação para dar início à sua missão sem precedentes: o estudo do planeta anão Plutão e seu lar, o Cinturão de Kuiper.

O "despertador" estava preparado para tocar neste sábado (6) e, 90 minutos depois, o veículo já começou a transmitir informações para a Terra sobre suas condições, incluindo o dado de que estava de volta ao modo "ativo".

A observação científica de Plutão, suas muitas luas e outros corpos no quintal congelado do Sistema Solar começam em 15 de janeiro, segundo o gerente do programa.

Plutão fica no Cinturão de Kuiper, uma região de miniplanetas congelados orbitando o Sol além de Netuno. É a última região inexplorada do Sistema Solar.

"É difícil subestimar a evolução que está acontecendo em nossa visão da arquitetura e do conteúdo de nosso Sistema Solar como resultado da descoberta do Cinturão de Kuiper", disse o cientista Alan Stern, líder da pesquisa. A sonda deve fazer sua maior aproximação de Plutão em 14 de julho.

Desde sua descoberta, em 1930, Pluão em sido um mistério, parcialmente por causa de seu tamanho relativamente pequeno. Cientistas lutaram para explicar por que um planeta com um raio de 1.190 km poderia existir além dos planetas gigantes de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Em 1992, astrônomos descobriram que Plutão, que fica 40 vezes mais longe do Sol do que a Terra, não estava sozinho em seu tamanho diminuto, o que levou a União Astronômica Internacional a reconsiderar sua definição de "planeta".

Em 2006, com a sonda New Horizons já a caminho, o título de "nono planeta do Sistema Solar" foi tirado de Plutão, que se tornou um planeta anão, categoria que tem mais de mil exemplares no Cinturão de Kuiper.

Com a aproximação do New Horizons, cientistas estão ansiosos pela primeira espiada no domínio inexplorado.

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/12/sonda-da-nasa-que-hibernava-acorda-para-comecar-missao-rumo-plutao.html)